terça-feira, 2 de março de 2010

O Dia do Senhor

Talvez venhamos lembrar instantaneamente de uma denominação que argumenta a necessidade de guardar em nossos dias, o dia de sábado, que foi santificado pelo Senhor no período de Moisés. E logo, alguém poderá se levantar, dizendo: - Não há mais importância na observação de texto como estes nos nossos dias.

Mas, será que temos condições, e estas dadas por Deus, de dizermos que não há porque observarmos mais textos como esse? Ou melhor: - Dizermos que esse texto perdeu o seu significado, visto que hoje temos o NT e que nesse caso, esse texto que faz parte da Lei do Senhor, está obsoleto e tem apenas um significado histórico. Que por sua vez, a Lei foi cumprida em Cristo Jesus?

O que podemos dizer, mediante tais argumentações oriundas de pensamentos desvinculados de um compromisso sincero com o que o Senhor diz. É que muitos, infelizmente, deixam de perceber a importância contida em texto como esses em suas vidas espirituais. Seguindo o entendimento de que hoje existe uma “abolição decretada” ao AT, e ainda tendem a dizer que ela é provocada pela liberdade proposta no Evangelho de Cristo Jesus, ou seja, a Lei do AT versus a misericórdia do NT. E isso mostrará que texto assim, não tem nenhuma importância para a vida da igreja contemporânea. Desvalorizando o AT da sua contribuição, como Palavra de Deus, para o desenvolvimento da igreja hoje.

Isto é um perigo para os nossos dias. Porque este entendimento demonstra o quanto estamos despercebidos do caráter singular contido na totalidade da Palavra de Deus, na reunião do AT e NT e no que isto deve representar para a igreja de Jesus Cristo hoje e eternamente.

Isto quer dizer que, a Igreja deixa novamente de lado a sua história que foi construída com o passar do tempo e os objetivos que ela alcançou. As suas vitórias conquistadas pelo que a teologia produziu durante estes momentos importantes de reflexões, e que pra nós hoje, deveria servir de memória. Mas, o que parece, é que esta memória se tornou um arquivo morto, que para nada mais presta, a não ser: fazer volume desnecessário em nossa vida e ser um peso maior sobre os ombros da nossa consciência.

Quero trazer um exemplo pratico para a nossa visualização:

Um teólogo dos primeiros séculos da era cristã, chamado Marcião, afirmava que o AT perdeu seu significado, uma vez que ele foi desvendado pelo NT.

Observando os nossos dias, veremos que falta-nos refletir melhor a respeito do AT e todo o seu conteúdo para a igreja do nosso tempo. Alguns pregadores ainda se esforçam para trazer ao nosso conhecimento o sentido real dos textos, outros, o máximo que fazem é reproduzir as histórias dos grandes patriarcas e profetas, deixando de salientar o aspecto doutrinário do mesmo e com isso, sendo alheios à totalidade do AT, como Palavra de Deus. Provocando uma inconseqüente reação na igreja de abandono ao AT. Por não se tratar de Livros interessantes de observá-los, pois eles só tratam das histórias de alguns homens e do povo de Israel.

Não é a toa que nossos jovens não se firmam na sua vida cristã, desconhecendo não somente o NT, mas ignorando, do fundo do coração o AT.

Por se tratar de um livro “chato”, “enfadonho” e “complicado de se entender”.

Por isso, quero abrir um parêntese aqui, e sugerir aos colegas de ministério que, dediquem-se a observação e ensinamento do AT, nos momentos de reunião que temos com a igreja.

1. Em Tudo Que O Senhor Fez, Há Um Propósito.

Não será diferente com relação a esse caso, devemos observar o propósito de Deus em reservar um dia para descanso e qual tem sido o seu objetivo, com isso.

Chamo a atenção para o verso que antecede a narração de sua criação na criação. Gênesis 1.31 e 2.1 – 3.

Fica claro que Deus criou todas as coisas com uma harmonia extraordinária e perfeita. E que esta harmonia foi violada pela ação do pecado em sua estrutura. Mas, que as coisas que foram criadas por sua vez, funcionam paralelamente com o intuito de sustentarem sua própria preservação. Quero fazer menção do fato de Deus ter decretado na sua Lei o ano sabático (Lv 25; Dt 15), chamado também do ano do Jubileu:

1. Descanso de um ano sobre a Terra depois de 6 anos de cultivo. (Lv 25.1 – 5)

2. Perdão de dívidas. (Dt 15.1 – 3)

3. Libertação de escravos. (Dt 15. 12- 18)

4. Direito de remissão por parte de um irmão ao estrangeiro. (Lv 25.48)

5. Volta à sua possessão e sustento de irmãos necessitados. (Lv 25.13)

É verdade que não se tem mais como viver desta forma, no entanto, não podemos deixar de dizer que: Se, os limites impostos por Deus forem ultrapassados, todos, e não só os que transgridem, sofreram com a desestruturação e a desestabilização da harmonia de qualquer coisa criada por Ele.

Isso nos mostra que Ele “descansou” da sua obra, não porque precisasse recompor-se de seis dias de trabalho como nós, mas para nos indicar que o seu propósito não pode ser sobreposto por nenhuma maneira de viver ou por desculpas sem fundamento por parte do homem, sem que esse não sofra a reação, pelo fato de não ter obedecido a seu propósito.

Nisto está o grande propósito de Deus em ter santificado o dia de sábado, em que o homem pudesse alcançar o entendimento de que deveria viver em harmonia com o seu irmão e com Ele. Oferecendo um dia de sua semana para a adoração ao Senhor, não só através de rituais. Mas, também de atitudes virtuosas. Expressando assim o caráter neo-testamentário para o comportamento humano já naqueles dias. (sombra)

2. Propósito de Deus em Relação ao Sábado no NT.

Para alguns é difícil entender a convergência (dirigir-se para o mesmo ponto em questão) existente entre o AT e o NT em relação a ordenanças de Deus para o seu povo, por isso algo como o dia de sábado ainda é polêmico de se explicar. Alguns simplesmente quererão dar rápidas explicações, e outros buscarão sustentar-se através dos textos da Lei para reivindicar a sua observação, como nos dias de Moisés. Bem, torna-se de fácil entendimento o fato de não mais termos que observar o dia de sábado como nós dias de Moisés, quando analisamos o que disse Jesus sobre esse fato.

Em Lc 6.5 Jesus diz: O Filho do Homem é Senhor do sábado.

Jesus indica com isso que agora não mais será necessária uma observação, como no período de Moisés, onde se tinha um dia especifico e também um ano especifico para adorar a Deus de forma imparcial até mesmo através de atitudes virtuosas. Mas que agora, sendo ele mesmo o senhor do sábado a sua observação resumir-se-ia no direcionamento do propósito de Deus através do seu Filho e da sua obra redentora na vida daqueles que o conhecem como o Senhor da vida.

Então, o sábado convergiu para a obra de Cristo, e a sua obra é acentuada por dia um dia especial, o dia da sua Ressurreição, que fora no domingo. Cristo ressurreto é a primícias dos que dormem (I Co 15.20)

Por isso os cristãos se reúnem no domingo para a celebração do culto a Deus, tendo em vista o que aconteceu com Cristo e que a sua presença esta entre nós. Mas não é só isso, o sábado é o último dia da semana. Então, os israelitas faziam tudo que tinham que fazer para depois adorarem a Deus. Hoje a igreja do Senhor, começa a semana adorando a Deus e se preparando o resto da semana para a chegada do próximo domingo, para novamente começarem a semana oferecendo as primícias de sua vida a Deus.

A falta desta observação tem feito com que as EBD fiquem fazias; que os domingos sejam dias de lazer e diversão ao invés de adoração e comunhão; tem feito um dia até de trabalho, em buscar de progresso e uma “rendinha a mais no orçamento”, em troca de harmonia e equilíbrio em nossa vida.

Temos, sofrido mudanças por causa de não observação deste dia:

1. As fábricas tem se adaptado com novos projetos de socialização. (Efeito estufa, desemprego e cadê os membros na igreja?).

2. Crise econômica ( buscasse tanto a lucratividade e o progresso, que sacrificar o domingo na igreja é supérfluo).

3. Conclusão

Deus nos mostra que o seu propósito com o sábado encerra-se em Cristo e na sua obra consumada, na intenção de que aqueles que o têm como Senhor, o adorem. Não só no primeiro dia da semana, mas que todos os dias sejam dias de adoração, de santidade e direcionados a busca de comunhão e obediência ao Senhor através de uma vida cheia do desejo de alcançar o seu propósito.

Temos, um grande desafio pela frente: - Não permitir que sejamos tomados por essa forma de pensar que vem afogando crentes em sua caminhada com Deus, desestimulado a deixarem a observação do seu compromisso diário com Deus e que é através destes momentos de reunião e culto que haverá crescimento e fortalecimento para as nossas vidas e não longe deles. Por isso me atiro a dizer: Que crente que não vão a igreja com o intuito adorarem e crescerem espiritualmente tem pisado não só o AT e o NT, mas o sacrifício de Cristo por suas vidas.