quarta-feira, 9 de maio de 2012

Será que nos vale a pena comemorarmos o dia das mães? 

Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá. Êxodo 20.12 

Este texto refere-se ao 5º mandamento da Lei do Senhor. Este mandamento inicia ou dá inicio aos tipos de mandamentos que estão na esfera interpessoal, e que por isso servem para a regência das relações humanas.


Uma das relações interpessoais mais próximas, ou porque não disser a mais próxima a qual as pessoas podem ter mesmo que não a assumam; é justamente a relação entre pais e filhos. São poucos os grupamentos de pessoas e assim, as sociedades que no mundo não adotam o reconhecimento simbólico desta relação tão forte, afetiva e cheia de traços. Ao ponto das ciências acentuarem sua positividade e sua carga valorativa, e assim se ocuparem na investigação de suas facetas, conseqüências e acepções na sociedade.

O tema “família” tem se tornado extremamente importante no meio secular, e ao mesmo tempo, têm tomado um significado excêntrico principalmente se colocado em comparação às gerações passadas em seus entendimentos e significados.

Vemos que há uma tentativa forçada de abandono na maneira dita rudimentar, e desta forma ultrapassada, pois vemos a configuração familiar migrando inevitavelmente para ganhar uma modernização em seu modelo natural e nuclear. Que antes estava apenas na composição do pai e da mãe naturalmente como genitores, e por assim dizer responsáveis diretos pelos filhos gerados ou provenientes desta relação.

É fato dizer que hoje há um olhar diferente em seu significado para com a família, até um significado melhor em certos termos do que anos atrás. Mas, temo também dizer que isto tem ocorrido pelo fato das pressões negativas em torno da sociedade, estarem se tornando agudas e crônicas ao longo do tempo.

Onde temos como exemplos de pressão para esse significado e mudança: a violência covarde da criminalidade, que deviam fazer o homem valorizar os pequenos detalhes e momentos da vida; o abandono de recém-nascidos por suas mães, que o devia fazê-lo pensar sobre suas responsabilidades primárias, no entanto não menos importantes como ser humano; os maus-tratos feitos aos idosos e crianças, que levaria o homem a se enxergar no tempo e nas gerações anteriores e posteriores, e ver a riqueza da vida e de sua multiplicidade de aspectos e possibilidades; e porque não falar sobre a luta homoafetiva pelo reconhecimento da união estável, e o passo seguinte na adoção de crianças por casais em busca de configurarem uma família moderna nesta união.

Em torno de tudo isto, pergunto: porque ainda vale a pena a celebração do dia das mães?
Para alguns essa pergunta pode ser estranha, mas o Brasil está no fim das discussões que separam a antiga forma de conceituar mãe como sendo “o ser do gênero feminino, que têm a característica única e natural de gerar dentro de si outro ser através da fecundação por um ser de gênero oposto”.
E, por isso vale perguntar: Será que as mulheres não vão lutar pelo direito de somente elas poderem ser chamadas de mãe? Ou, isso soará muito “mau” aos seus ouvidos, porque finalmente assumiriam uma marcha do “Feminismo”?!
A verdade é que dependendo destas mudanças sociais no âmbito das relações interpessoais, a sociedade que já não cumpre com os mandamentos de Deus terá sérias dificuldades em honra pai e mãe como originalmente lhe foi proposto por Deus no 5º mandamento. Por que, com essa balbúrdia conceitual nem os elementos necessários, ou seja, a diferenciação de gênero para o cumprimento do mandamento ela terá, para que isso seja feito.
    
E assim, muito menos ela conseguirá alcançar a promessa de longevidade a qual resulta da obediência exercida sobre essa regra. Alguém pode alegar que “há um aumento na aceitação e prática da homossexualidade, e nem por isso, no Brasil houve uma redução do tempo de vida das pessoas, pelo contrário, houve um aumento”.
Primeiro, seria bom conferir se o aumento se deu na vida de pessoas hetero ou homo.
Segundo, a condicional é referente ao aspecto de obediência e desobediência.
E terceiro: cito o texto tão conhecido e tão distorcido pelos contrários – Romanos 1. 18 – 28.

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm”; 

Outra questão é: Creio que cada um de nós tem um exemplo a ser lembrado de pessoas que partiram jovens desta existência. E se nos esforçarmos nesta questão, nos lembraremos que por trás delas estavam mães que advertiam seus filhos sobre seus delitos, atitudes e comportamentos para que não tivessem esse fim trágico, mas não desconhecido.
Essa atitude de mãe não parte apenas da sensibilidade existente em cada mãe, mas advêm da própria natureza de seu oficio, na responsabilidade do cuidado e da educação, na transmissão da estrutura familiar que naturalmente tem a probabilidade de ser absorvida pelo filho dentro da relação interpessoal iniciada desde a gestação.
    
É por isso que a Lei do Senhor não poderia deixar de fora o 5º mandamento; por tal relação ser importantíssima, como é o caso da relação entre pais e filhos, em perigo iminente a todos os instantes. Pois o homem nasce propenso a desconsiderá-la, como ela é desde sua meninice - Sl 51.5; e Paulo adverte aos filhos dos efésos em Ef 6.1: Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 

Com isso entendo que também está sobre a tutela da mãe a engenhosa atividade da educação do filho pela paciência, como a sua busca incansável no aperfeiçoamento do seu caráter através da palavra de Deus, para que seu oficio seja exercido com alegria, e sem a sua reprovação por atitudes que descaracterizariam uma mãe no cumprimento do seu oficio.

Como exemplo bíblico há a referencia de II Timóteo 1.4 e 5: Desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo; Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. 
     
E novamente outra advertência paulina em Efésios 6.4: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. 
     
Toda essa situação nos leva a considerar uma relação estreita, e ao mesmo tempo, de superioridade, na qual necessariamente deverá haver amor recíproco para se alcançar o cumprimento deste mandamento do Senhor.
Esse mandamento nos demonstra a centralidade dos mandamentos posteriores a ele, que está no cumprimento de nosso dever para com o próximo, pelo principio retribuição: de fazermos aos outros, aquilo que queremos que nos façam - Mateus 7.12.

Volto a perguntar: - Será que nos vale a pena comemorarmos o dia das mães?
Tentarei expor algumas razões pelas quais devemos comemorar o dia das mães:

1 – Por que o oficio materno é dado pelo Senhor.
           
São inúmeros os testemunhos bíblicos sobre mulheres inférteis que tiveram suas madres abertas pelo Senhor, e na sua maioria com propósitos e realizações superiores.

2 - Para que haja a convivência com a divergência de gênero, no caso do filho, e a transmissão dos traços maternos, no caso da filha.

Indiscutivelmente herdamos singularidades, características e traços que não nos são únicos, mas que nos são passadas pelos nossos genitores, e acabam não sendo invisíveis.
Traços em nossa personalidade, temperamento, hábitos e particularidades corporais, feições, como a própria cultura, educação e fé.

            3 – Por que na mãe encontramos o reflexo da proteção divina.
                       
Temos a linda historia na demonstração de sabedoria do rei Salomão, no caso de mulheres que o procuram para resolverem uma disputa por um filho - I Re 3.17 – 27; Is 49.15, diz: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti”.

            4 – Por que há autoridade no oficio materno.

O Senhor cobre de autoridade a palavra de uma mãe e se satisfaz na obediência exercida pelos filhos quando cumprem a palavra, Provérbios 30.17: “Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mãe, corvos do ribeiro os arrancarão e os filhotes da águia os comerão”.

            5 – Por que há promessa na obediência a mãe.

A palavra de Deus nos coloca o 5º mandamento e na sua obediência contida uma promessa. E como bem sabemos, Ele é Fiel para cumprir com sua palavra.

Concluo, afirmando que vale a pena comemoramos o dia das mães em celebração a família, a vida, a quem nós somos como pessoas, pela felicidade que nos proporciona, pela pessoa em sua natureza que as mães são para seus filhos, pela alegria da comunhão e amor e pela glória de Deus em nós e dentro desta relação tão intima tão pessoal, tão particular a cada um em sua interioridade Celebremos o dia das mães, homenageando, festejando, vivendo. Para outros que já perderam suas pérolas preciosas: Se lembrando.

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